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é possível a implantação de um plano de cargos e salários (pcs) em clínicas médicas?


É POSSÍVEL A IMPLANTAÇÃO DE UM PLANO DE CARGOS E SALÁRIOS(PCS) EM CLÍNICAS MÉDICAS?


                                                                                 Por: Márcia Campiolo


O plano de cargos e salários-PCS  ou PCSC (Plano de cargos, salários e carreira) é um instrumento de gestão com um sistema de remuneração estratégica que objetiva ter critérios técnicos e objetivos, baseados nos aspectos ligados ao tempo de serviço e merecimento.


Estes critérios, organizados de forma clara e detalhada, vão nortear as promoções, e propiciar aos colaboradores a  visualização com clareza das perspectivas de crescimento e do alcance que cada cargo,   pode ter dentro das diversas faixas salariais, proporcionando a possibilidade de políticas  mais justas e equilibradas interna e externamente.


Os cargos serão classificados de acordo com a pontuação obtida que serão enquadrados na tabela de cargos e salários. Esta tabela, apresenta uma grande quantidade de informações, que entre outros, deve conter dados concretos e equilibrados no que se refere a :


·         intervalos entre os níveis


·         Intervalo de pontuação


·         Intervalo entre as faixas de cargos


·         Amplitude para início e fim de cada faixa salarial


Externamente, as remunerações recebem  acompanhamento de mercado, os quais  poderão levar a realinhamentos dos valores praticados, de acordo com a necessidade detectada. Os valores praticados na região podem ser obtidos através de pesquisa salarial, que deve ser feita com metodologia adequada que visualizem não só os valores dos salários, mas as diferentes nomemclaturas e atribuições do cargo de acordo com o local pesquisado.


As promoções ou qualquer movimentação possível a cada colaborador pode ocorrer de forma horizontal(dentro do mesmo cargo) ou vertical(através da mudança de cargo). Assim, no caso de ocorrência de mudanças nas atribuições de um cargo, este poderá ser reavaliado e reclassificado.


Com um PCS  justo e equilibrado, é possível uma melhor condição para  proporcionar a equipe a visualização dos caminhos para o desenvolvimento pessoal. Do contrário, pode ser um instrumento de injustiças e desmotivações.


Além disto, quando se realiza este tipo de trabalho, podem ocorrer modificações no “desenho”de determinados cargos, além de acabar também sendo um dos grandes alicerces do Recrutamento, Seleção e Educação Continuada da Equipe, uma vez que vai municiar de dados assim como propiciar um melhor direcionamento deste trabalho.


O PCS pode ser adotado por locais de trabalho de diferentes portes, mas é muito comum a contratação de empresa ou profissional qualificado para o planejamento, execução e gerenciamento do PCS, uma vez que trata-se de um trabalho altamente especializado, carregado de detalhes que precisam ocorrer de forma precisa para não se tornar um problema, ao invés de solução.


Independentemente da contratação de terceiros, os membros do local de trabalho em questão deverão ter uma participação muito ativa em todo o processo, pra que este seja aceito e validado pelo grupo que é o alvo do PCS.


É preciso ainda lembrar, que para os fins previstos no § 2º do art. 461 da CLT, só é válido o quadro de pessoal organizado em carreira quando homologado pelo Ministério do Trabalho, assim o PCS passa a atuar de forma objetiva e legal.


Devido a sua complexidade, a viabilização da implantação dentro de clínicas médicas de um PCS equilibrado, justo e com aplicabilidade, vai depender de inúmeros fatores, onde podemos citar:


·         tamanho da equipe de colaboradores e quantidade de cargos que o local de trabalho possui(dimensionamento do tamanho da equipe da clínica X viabilidade de um PCS);


·         Estrutura da área de recursos humanos da clínica ou contração de empresa terceirizada;


·         Políticas adotadas no PCS em harmonia com as posturas e visão das lideranças da clínica


·         Preparo da clínica para assumir o PCS como um programa que deve ser administrado, atualizado e adotado de forma permanente;


Assim, quando falamos de clínicas médicas, é preciso avaliar cautelosamente a real necessidade assim como as reais condições para sua gestão e sustentabilidade dentro da clínica, uma vez que a multiplicidade de fatores que envolvem o processo, contém diversas aspectos que algumas clínicas dificilmente poderiam atender plenamente.


No caso de clínicas médicas que pretendam adotar o PCS, é preciso salientar  que para que a equipe da clínica possa ter uma postura participativa no programa é muito importante que haja um processo de comunicação efetivo onde a equipe saiba do programa desde o início do trabalho de planejamento e implantação, assim como do processo de execução do plano. Sem a ciência e participação da equipe, o PCS pode se tornar um “fardo”para a clínica.


Para a elaboração e implantação de um PCS em clínicas médicas, são necessárias algumas etapas que podem ser de forma resumida, apontadas da seguinte forma:



  1. Levantamento de dados das características atuais de políticas de remuneração dentro da clínica;

  2. Identificação do valores pagos atualmente a cada cargo, especificando ainda as seguintes características atuais de cada cargo e seu respectivo ocupante:

    1. Nomenclatura de cargo

    2. Tempo de serviço

    3. Currículo profissional do ocupante atual



  3. Análise dos cargos existentes, suas características, importância, e distribuição das atribuições, onde pode-se inclusive readequar, mudar, transferir funções de acordo com as necessidades de equilíbrio e produtividade da clínica;

  4. Levantamento e descrição detalhada das atribuições de cada cargo dentro da clínica;

  5. Hierarquização ou classificação dos cargos da clínica;

  6. Pesquisa salarial e avaliação comparativa em relação aos valores praticados pela clínica;

  7. Classificação salarial em níveis e faixas, com a determinação dos tetos de cada cargo

  8. Estabelecimento de critérios de pontuação e avaliação que determinam as mudanças salariais dos membros da equipe.

  9. Avaliação do impacto financeiro com a implantação do PCS.

  10. Determinação das políticas e metodologias para gestão do PCS

  11. Regulamentação legal do PCS

  12. Implantação  e acompanhamento constante e permanente do plano.


É claro, que as etapas acima encontram-se muito resumidas, mas podem fornecer um panorama aproximado dos caminhos a serem percorridos dentro deste trabalho, assim como de sua complexidade.


O PCS, desde que adequado, pode se constituir em mais um instrumento a ser utilizado na Gestão das clínicas médicas no sentido de proporcionar aos recursos humanos condições para que se tenha um ambiente de trabalho estimulante,  equilibradamente competitivo, que valorize o conhecimento, a competência e o desempenho da força de trabalho.


Todos os artigos são de autoria de Márcia Campiolo e não podem ser alterados ou republicados sem a permissão da autora.

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